quarta-feira, 4 de novembro de 2009

EXPERIÊNCIA- VIDEO 1

ARTIGO CIENTIFICO – HIGIENE ORAL

Higiene Oral e Doença Periodontal

As doenças periodontais, cujo fator etiológico primário é o biofilme dental (comunidades de bactérias presentes na cavidade bucal), é uma das grandes responsáveis pela perda de dentes em adultos e pode também provocar alterações gengivais como a gengivite em praticamente toda a população onde a higiene oral não está adequada.

As doenças periodontais são consideradas infecções nas estruturas de suporte dos dentes (osso, ligamento periodontal e gengiva) causadas por bactérias presentes na placa. As alterações mais freqüentes em termos de doença são: gengivite (inflamação na gengiva) e periodontite (perda de suporte ósseo dos dentes).

Gengivite:

Denomina-se gengivite a inflamação da gengiva que contorna os dentes. Afetam adultos e crianças atingindo grande parte da população.

As características clínicas principais são sangramento da margem gengival ao escovar os dentes ou espontaneamente, vermelhidão, edema e mudança de textura (flacidez) da gengiva. A causa principal é o acúmulo demasiado de bactérias (placa) entre a gengiva e o dente. A gengivite causa desconforto, sangramento e mau hálito.

Se a gengivite persistir por longos períodos, meses ou anos, poderá evoluir para uma periodontite que tem como principal dano a perda de suporte dos dentes, podendo evoluir até a perda dos dentes.

Para evitar a gengivite preconiza-se a correta escovação dos dentes e gengivas e uso do fio dental ou escovas interdentais pelo menos uma vez ao dia.

Uma vez já instalada a gengivite recomenda-se um exame periodontal onde se fará um diagnóstico correto da enfermidade. Os tratamentos mais freqüentemente usados são a remoção da placa e tártaro (placa mineralizada) em sessões de raspagem e alisamento dos dentes, instrução de higiene oral individualizada e consulta de manutenção periódica.

Após o tratamento local temos o restabelecimento da saúde gengival de 7 a 21 dias. A gengivite pode também ter influência de fatores sistêmicos como diabete, distúrbios hormonais, imunológicos e outros.

O importante é a disciplina na escovação diária e manutenção periódica no dentista. As pastas de dentes mais indicadas são as que contém produtos anti-placa e anti-tártaro comumente encontradas na maioria dos cremes dentais como Kolynos Total e Colgate Total. As pastas são coadjuvantes na escovação, mas o tempo dedicado e a orientação são mais importantes do que os cremes dentais.

Sempre que a gengiva sangra ela está doente. Neste locais onde ocorre o sangramento deve-se intensificar e aprimorar o uso do fio dental e escovas. Às vezes o dentista tem que remover algum ponto retentivo de placa(restaurações ou tártaro) para reestabelecer a saúde gengival. Periodontite:

A periodontite é uma doença que leva a perda gradual dos tecidos de suporte do dente: osso, ligamento periodontal e cemento.

A causa principal assim como na gengivite é o acúmulo de placa entre a gengiva e o dente. Porém a diferença está na resposta imunológica (defesa) que varia de indivíduo para indivíduo. As pessoas que tem uma alteração nas defesas para menor, herdadas geneticamente ou por algum comprometimento de saúde ou comportamental, são mais suscetíveis à periodontite.

A enfermidade ocorre mais freqüentemente em indivíduos adultos acima de 35 anos. Pode também, com menor freqüência, atingir pessoas jovens ou até mesmo crianças.

Alterações sistêmicas como a diabetes podem influir na marcha de progressão da doença.

Fumo e stress são também coadjuvantes que contribuem para uma maior perda de sustentação em periodontites ativas (não tratadas).

As características nem sempre são perceptíveis principalmente no início e somente o exame clínico e radiográfico poderão identificar a doença.

Os tratamentos baseiam-se na remoção da causa através de raspagem, alisamento e polimento dos dentes e mais uma boa higiene oral.

De acordo com os resultados do tratamento são estabelecidas visitas periódicas ao periodontista para diagnosticar e evitar a recolonização bacteriana eliminando a recidiva da doença. Cabe lembrar que todos os dias se aderem novas bactérias nos nossos dentes.

Portanto o diagnóstico precoce e higiene oral aprimoradas são as principais armas que temos para evitar a inflamação e progressão da periodontite.

Fonte: Dr. Itaborai Revoredo Kunert, Autores: Dr. Renato Oliveira Rosa

ARTIGO CIENTIFICO – A PELE

Efeitos do hipoestrogenismo e do envelhecimento sobre a pele

Effects of hypoestrogenism and elder on the skin

Adolfo Vitor Dias Sauerbronn
Angela Maggio da Fonseca
Vicente Renato Bagnoli

SUMARY

This article comprises a literature revision on the effects of several factors on human skin ageing, including hypoestrogenism.

Key-words: skin, menopause, hypoestrogenism, elder

SUMÁRIO

Este artigo consiste numa revisão da literatura sobre os efeitos de diversos fatores influenciadores do envelhecimento cutâneo, incluindo hipoestrogenismo.

Unitermos: pele, menopausa, hipoestrogenismo, envelhecimento

Introdução

O climatério corresponde a um período de transição entre a menacme e a senilidade sendo devido, basicamente, ao gasto progressivo dos folículos ovarianos até que ocorra seu esgotamento, quando então instala-se como resultante, o hipoestrogenismo e a menopausa. Os limites do climatério não são claramente estabelecidos, entretanto, acredita-se que o início ocorra ao redor dos 40 anos e o término, aos 60 - 65 anos de idade, podendo ser classificado em : pré, peri e pós-menopausal. Por outro lado, sabe-se que o último período menstrual que caracteriza a menopausa ocorre, em média, entre os 45 e 54 anos; em nosso meio, entre os 45 e 50 anos . 1 Isso significa que a mulher irá viver cerca de um terço de sua vida (20 a 30 anos) no período denominado climatério.

O hipoestrogenismo da pós-menopausa tem sido cada vez mais relacionado ao aparecimento de diversos sinais e sintomas, implicando na piora da qualidade de vida (Sá e cols., 1996). 2 À despeito da relativa pequena importância atribuída às mucosas, pele e seus anexos na pós-menopausa, os mesmos também sofrem importantes alterações influenciadas pelo hipoestrogenismo que poderão interferir no bem-estar da mulher. Essas alterações parecem ser potencialmente reversíveis com a instituição da TRH. Embora existam várias referências a esse respeito na literatura científica, ainda existem certas controvérsias sobre as influências da TRH sistêmica na pele em mulheres menopausadas . 3
Considerações gerais sobre a pele

Maior órgão do corpo humano, a pele tem participação importante na proteção contra agressões do meio ambiente, impedindo a perda de fluidos corpóreos essenciais, a invasão de agentes tóxicos, microorganismos e quantidades excessivas de radiação ultravioleta, protegendo contra correntes elétricas de baixa voltagem, forças mecânicas e temperaturas elevadas .
4
Histologia da Pele

A pele é composta basicamente, por duas camadas principais : a epiderme com sua membrana basal e a derme, abaixo das quais, encontra-se o tecido adiposo.

Epiderme

A epiderme é epitélio estratificado, no qual se reconhecem distintas camadas celulares; ela está em contato direto com o meio ambiente, sendo formada por camadas ordenadas de células chamadas queratinócitos, cuja função básica consiste em sintetizar queratina

Derme

A derme é a principal camada da pele e, embora também apresente diversos tipos de células, é muito mais fibrosa que celular; seu mais importante constituinte são as fibras colágenas e elásticas (Arnold e cols., 1990). 5

As fibras colágenas

A pele humana contém nove diferentes tipos de colágeno, sendo que aproximadamente 80% corresponde ao tipo I e 15% ao tipo III . 6 O colágeno I é a principal molécula constituinte da pele, correspondendo a cerca de 70% de seu peso desidratado; o colágeno III predomina na pele humana durante o período fetal .
7
O colágeno tipo IV é produzido pelos queratinócitos e secretado no espaço extracelular ; 8 sua concentração também diminui durante o processo de envelhecimento, principalmente após os 35 anos de idade, apresentando correlação inversa com a membrana basal, que aumenta em espessura. Esse fato indica haver redução na atividade metabólica da epiderme . 9 As fibras colágenas são o principal fator responsável pela resistência da pele.
A diminuição da
quantidade de colágeno tipo I na pele leva à diminuição da espessura da derme, tornando-a mais transparente e vulnerável a agressões . 10

As fibras elásticas

A fibra elástica madura consiste basicamente de elastina e microfibrilas, sendo a elastina, seu maior componente . 11 Estas fibras encontram-se dispostas na derme de tal maneira a formarem uma rede, podendo ser divididas em três tipos : as mais superficiais são as oxitalânicas Erro! Indicador não definido., em formato de taça com a concavidade voltada para a face inferior da epiderme; logo abaixo, seguem as fibras elaunínicas Erro! Indicador não definido., com disposição perpendicular à epiderme e por fim, as fibras elásticas verdadeiras Erro! Indicador não definido. (ou maduras), dispostas paralelamente à epiderme, localizando-se mais abaixo das fibras elaunínicas 12 (Figura 1). Somadas, as fibras elásticas correspondem a cerca de 2 a 4% da pele desidratada, contribuindo muito pouco com a resistência, deformação e tensão, embora participem em certo grau, da elasticidade da pele.

Figura 1 - Desenho esquemático da pele e suas camadas. Destaque para as fibras elásticas em verde.

Envelhecimento Cutâneo

Envelhecimento é um fenômeno multifatorial, composto por várias etapas e caracterizado pela diminuição da habilidade de um sistema em responder ao estresse endógeno e/ou exógeno, seja(m) ele(s) exercido(s) através de agentes químicos, físicos ou biológicos . 13

Vários são os fatores que contribuem na determinação da aparência senil da pele, dentre eles a carga genética, a toxicidade do meio ambiente e a dieta, a exposição crônica e cumulativa a luz solar, as forças mecânicas aplicadas ao tecido conjuntivo, os hormônios e alterações do colágeno . 14 Dentre todos estes fatores, os mais importantes são a exposição solar, a idade cronológica e a menopausa. O tabagismo pode levar a isquemia crônica da derme, diminuição dos níveis de colágeno e vitamina A; este último efeito pode aumentar o impacto dos radicais livres sobre a pele . 16 Dessa maneira, o tabagismo pode aumentar em 2 a 3 vezes o número de rugas faciais em homens e mulheres caucasianos . 17 Tanto o envelhecimento cronológico quanto o devido a exposição solar estão relacionados à acentuada diminuição da vascularização da derme . 18

Alterações cutâneas relacionadas ao envelhecimento cronológico

O envelhecimento celular parece ocorrer devido a célula permanecer em repouso na fase G1/S da mitose. Existem evidências indicando que as células senis sintetizam proteína capaz de inibir a proliferação celular, pois quando
extraída e microinjetada em outras células, inibiu as mitoses . 19 Certos genes conhecidos como supressores tumorais controlam a replicação celular. Não existem evidências que os mesmos apresentem-se com atividade aumentada nas células senis, mas é possível que as proteínas sintetizadas à partir do m-RNA codificado por esses genes possam se acumular na forma ativa, inibindo a síntese de DNA . 20 Além da ação dos genes inibitórios, outros genes envolvidos na replicação celular podem estar inibidos nas células senis . 2 As células epidermais de Langerhans diminuem em número, acreditando-se que isso dificulte a resposta imunológica da pele
Os fibroblastos da derme apresentam capacidade de replicação limitada entre 50 a 100 duplicações, quando então, param de replicar em resposta a fatores de crescimento. . 23

A análise de fragmentos de pele não expostos a luz solar, mostrou que o processo de envelhecimento da pele pode manifestar-se através da diminuição do número de microfilamentos, aparecimento de inclusões eletrodensas na matriz de elastina, fragmentação e desintegração das fibras (Figura 2).

Figura 2

Alterações da pele associadas ao envelhecimento cronológico*

* Extraído e adaptado de 24

Fenômenos influenciados pelos estrogênios, podendo sofrer influência dos androgênios :

         diminuição da espessura epidérmica (atrofia);

         diminuição da espessura da derme (atrofia);

Fenômenos provavelmente influenciados pelos estrogênios :

         fragmentação das fibras elásticas.

Fenômenos provavelmente influenciados pelos androgênios :

         diminuição da produção de sebo;

         diminuição do número e função da glândulas apócrinas;

         diminuição do crescimento dos pêlos .

Alterações cutâneas devidas ao envelhecimento solar

A exposição excessiva a luz solar, é fator de extrema importância no processo de envelhecimento cutâneo. O mecanismo deve-se a radiação ultravioleta que agride a pele Erro! Indicador não definido., sendo responsável pelo aparecimento de rugas e sulcos, alterações da pigmentação, telangiectasias, queratose actínica, carcinomas basocelulares e espinocelulares além de, possivelmente, os melanomas 24, (Callens e cols., 1996). 25 As lesões verificadas nas fibras elásticas da pele exposta ao sol são do tipo degenerativo ) 26 (Braverman & Forfenko, 1982) . 27

Em estudo que comparou a pele facial com a do antebraço em 170 mulheres saudáveis, verificou-se que a primeira encontrava-se mais afilada e com menor elasticidade que a segunda, principalmente na extremidade lateral dos olhos e zigomas, áreas mais expostas a ação da luz solar, concluindo que a luz do sol exerce efeito considerável na espessura e propriedades físicas da pele . 28

Estudo investigando a natureza do material elastótico de pele submetida a exposição solar, verificou que o mesmo era constituído principalmente, de elastina e proteínas microfibrilares, com pequena presença de colágeno tipo I, III e IV, sugerindo que a elastose solar origina-se, basicamente de alterações das fibras elásticas 29 (Bernstein e cols., 1996). 30 A derme com elastose solar apresenta degenerações basófilas em sua porção superior; os feixes de fibras colágenas são substituídos por material granular amorfo, de coloração basófila (Lever e Schaumberg-Lever, 1990). 31

Os efeitos da radiação ultravioleta foram estudados na pele das nádegas de homens e mulheres, medindo-se as concentrações de 3 metaloproteases matriciais (enzimas proteolíticas envolvidas na degradação das moléculas de colágeno expostas ao envelhecimento solar). Demonstrou-se que a degradação das fibras colágenas tipo I aumentava cerca de 58% após uma única irradiação. Esses resultados sugerem que múltiplas exposições a irradiação ultravioleta poderiam levar a elevações permanentes das metaloproteases, contribuindo para o envelhecimento solar 32 (Figura 3).

Figura 3 -
Alterações da pele devidas ao envelhecimento solar *

* Extraído e adaptado de 24

         rugas e dobras

         manchas solares

         telangiectasias

         pigmentação

         púrpura senil

         queratose actínica

         carcinomas espinocelulares e basocelulares

         ?melanomas

Com o envelhecimento, a pele não exposta a luz solar apresenta desaparecimento progressivo do tecido elástico na derme papilar, principalmente das fibras oxitalânicas. Na pele exposta a ação solar, particularmente nas pessoas que apresentam pele branca, verifica-se a ocorrência de hiperplasia, geralmente em torno dos 30 anos de idade, mesmo quando a pele apresenta-se com aspecto normal, de modo que praticamente nenhuma pessoa com idade superior a 40 anos apresenta tecido elástico normal na pele facial. O número de fibras está aumentado, encontrando-se mais espessas, onduladas e entrelaçadas . 22

Alterações cutâneas devidas ao hipoestrogenismo Erro! Indicador não definido.

Existem várias referências na literatura, que indicam haver possível relação entre os esteróides sexuais e a pele Erro! Indicador não definido. e seus anexos. A primeira aparece em 1941, quando relatou-se possível associação entre pele fina e osteoporose, sugerindo-se que ambos achados poderiam ser devidos a atrofia generalizada resultante da perda da função gonadal . 33 Posteriormente surgiram diversos outros trabalhos, a maioria demonstrando o espessamento da pele em mulheres menopausadas que receberam tratamento hormonal através de administração tópica ou sistêmica.

A pele apresenta receptores estrogênicos Erro! Indicador não definido. e androgênicos (Stumpf e cols.,1976), 35 tendo sido relatadas maiores concentrações de estradiol nas camadas basais da epiderme . 36 Em mulheres, a investigação dos efeitos dos hormônios sexuais sobre o envelhecimento da pele concentram-se basicamente nos estrogênios; nos homens, existem poucos estudos sobre a influência da testosterona, embora não existam trabalhos mostrando os efeitos do envelhecimento sobre os receptores androgênicos, ainda que tenha sido -redutase com o aumento da idade noadescrita diminuição da atividade da 5 prepúcio. Desse modo, a influência dos androgênios nas alterações dos queratinócitos e fibroblastos relacionadas ao envelhecimento ainda devem ser melhor investigadas . 24

Estudando a pele de mulheres hirsutas com idades variando entre 17 e 38 anos com a pele de mulheres normais, através de método radiológico para medição da espessura e biópsia para a quantificação de colágeno, verificou-se que a espessura da pele estava aumentada de maneira evidente em algumas mulheres do primeiro grupo, embora não se verificasse aumento significante ao analisar este grupo no global. Verificou-se ainda, aumento das concentrações de colágeno nas hirsutas, embora o mesmo não fosse estatisticamente significante . 37

Após a menopausa as diferentes camadas da pele estão alteradas. A camada córnea está marcadamente reduzida, a epiderme subjacente está adelgaçada, apresentando achatamento das cristas interpapilares e junção dermoepidérmica. A hipoderme também poderá diminuir com a idade, agravando as condições da pele . 38 Os mecanismos de alteração mais importantes no envelhecimento cutâneo são a diminuição das secreções endócrinas e o estreitamento das arteríolas cutâneas. Estas alterações afetam as reações enzimáticas do tecido conjuntivo e estruturas epiteliais, interferem com a nutrição tissular e com o metabolismo dos tecidos colágeno, elástico, adiposo e muscular (Fonseca e cols., 1995). 39 Assim, o hipoestrogenismo tende a acelerar o envelhecimento cutâneo, tal como o faz no leito vascular e ossos. A ausência de progesterona aumenta o impacto dos androgênios nas glândulas sebáceas, pêlos corpóreos e cabelos. A ausência de estradiol Erro! Indicador não definido. diminui a atividade mitótica da camada basal da epiderme, reduz a síntese de colágeno Erro! Indicador não definido. e, provavelmente, a quantidade de fibras elásticas. Isso contribui para o adelgaçamento de toda a junção dermoepidérmica, com perda do viço e a degradação das propriedades mecânicas, em especial, a resistência a choques mecânicos, além de diminuição progressiva da pilosidade, principalmente axilar e pubiana. O hipoestrogenismo pode ser espontaneamente atenuado pela síntese local de estradiol no tecido adiposo . 42

Os efeitos proliferativos dos estrogênios no epitélio vaginal já são conhecidos há bastante tempo . Recentemente demonstrou-se através da análise simultânea de esfregaços de mucosa conjuntival e vaginal em diferentes fases do ciclo, que ambos epitélios sofrem as mesmas influências estrogênicas, embora o primeiro, em menor grau . 44 É provável que de modo semelhante, os efeitos proliferativos estrogênicos se estendam a outros epitélios, tais como as mucosas intestinais, podendo neste caso, interferir positivamente em certos aspectos do metabolismo digestivo.

Discussão

Embora a idade cronológica contribua para a perda de colágeno, seus efeitos não se comparam aos do hipoestrogenismo prolongado. De fato, um dos efeitos mais importantes dos estrogênios na pele é sua ação sobre o colágeno. Quando exposta ao regime de hipoestrogenismo, a pele feminina apresenta perda de colágeno tanto maior quanto for o tempo de exposição e isso pode ser revertido total ou parcialmente, dependendo da gravidade da perda e, evidentemente, do tipo de tratamento empregado. Os efeitos estrogênicos no colágeno cutâneo foram comprovados em diferentes regiões do organismo ) 45 (Brincat e cols., 1987a) 46 (Brincat e cols., 1987b). 47 Esses resultados aplicam-se principalmente ao colágeno tipo I, principal constituinte da derme, entretanto, verificou-se que as concentrações de colágeno tipo III também respondem positivamente a administração estrogênica . 48

A epiderme funciona como barreira contra a desidratação da pele e de todo o organismo. Sabe-se que a capacidade de retenção hídrica do estrato córneo está diminuída em mulheres menopausadas e essa característica pode ser revertida através do tratamento estrogênico. Interessante é destacar-se o fato do enfraquecimento dessa barreira poder estimular a produção de citoquinas, implicando em maiores chances do aparecimento de dermatoses como psoríase e eczemas em pacientes predispostas . 49

Praticamente não existem referências sobre os efeitos dos esteróides sexuais sobre as fibras elásticas da pele. Faz-se menção ao fato de que as mesmas parecem apresentar-se menos fragmentadas a microscopia eletrônica, após o tratamento, embora não aumentem em quantidade . 50

Como apresentado, a pele (e seu colágeno) sofrem influências de diversos fatores, mas principalmente do envelhecimento solar e da carência de esteróides sexuais. Ao avaliarmos a resposta da pele de diferentes locais do corpo ao tratamento hormonal, devemos considerar que as áreas de exposição solar não responderão necessariamente, da mesma forma que as áreas não expostas. Por outro lado, existem outros fatores de interferência a serem considerados, como por exemplo, a o índice de massa corpórea, uma vez que a conversão periférica de estrona pode estar aumentada em mulheres obesas.

Embora a maioria dos resultados indique que os estrogênios atuam positivamente na pele, ainda são necessários mais estudos, principalmente com respeito aos efeitos da TRH sistêmica para se chegar a conclusões mais definitivas.

Referências Bibliográficas

Albright, F.; Smith, P.H.; Richardson, A.M. Postmenopausal osteoporosis - its clinical features. JAMA, 116:2465-74; 1941.

Aldrighi, J.M.; Lima, S.R.R.; Piato,S.; Wehba,S. A Menopausa e a pele. Rev. Bras. Med. Ginecol. Obstet. 45: 370-3; 1988

ARNOLD,H.L.; ODOM R.B.; JAMES W.DB. The Skin Basic Structure and Function. In : Diseases of the Skin. Clinical Dermatology. Arnold,H.L.; Odom R.B.; James W.D (eds.). WB Saunders pp 1-13 8th edition, 1990.

Artner, J. & Gitsch, E. Über lokalwirkungen von östriol. Geburtshilfe und Frauenheilkunde. 19: 812-9; 1959.

BERNSTEIN, E.F.; CHEN, Y.Q.; KOPP, J.B.; FISHER, L.; BROWN, D.B.; HAHN, P.J.; ROBEY, F.A.; LAKKAKORPI, J.; UITTO, J. Long-term sun-exposure alters the collagen of the papillary dermis. J. Am. Acad. Dermatol. 34: 209-18; 1996.

Beylot, C. Les signes cliniques du viellissement cutané. Rev. Fr. Gynécol. Obstét. 86(6): 433-41; 1991.

Black, M.M.; Bottoms, E.; Shuster,.S. Skin collagen content and thickness in systemic esclerosis. Br. J. Dermatol. 83: 552-5; 1970 a .

Blank, IH. Protective Role of the Skin. In: Fitzpatrick, Thomas B.; Eisen Arthur Z.; Wolff K.; Freedberg Irwin M.; Austen, K. Frank, eds. Dermatology in General Medicine. Textbook and Atlas. Vol 2 (3th ed) pp. 337-46; 1987

BOLOGNA,JL. Aging skin. Am. J. Med. 98(Suppl 1A):99S-103S; 1995.

Braverman, I.M. & Fonferko, E. Studies in cutaneous aging: I. The elastic fiber network. J. Invest. Dermatol. 78(5):434-43; 1982.

Brincat, M.; Kabalan, S.; Studd, J.W.W.; Moniz, C.F.; Path, M.R.C.; de Trafford, J.; Montgomery, J. A study of the decrease of skin collagen content, skin thickness, and bone mass in the postmenopausal women. Obstet. Gynaec. 70(6): 840-5; 1987b.

Brincat, M.; Moniz, C.J.; Studd, J.W.W.; Darby, A.; Magos, A.; Emburey, G.; Versi, E. Long-term effects of the menopause and sex hormones on skin thickness. Br. J. Obstet. Gynaecol. 92: 256-9; 1985.

Brincat, M.; Versi, E.; Moniz, C.F.; Magos, A.; de Trafford, J.; Studd, J.W.W. Skin collagen changes in postmenopausal women receiving different regimens of estrogen therapy. Obstet. Gynecol. 70: 123-7; 1987a.

Callens, A.; Vaillant, L.; Leconte, P.; Berson, M.; Gall, Y.; Lorette, G. Does hormonal skin aging exist ? A study of the influence of different hormone replacement therapy regimens on the skin of postmenopausal women using non-invasive measurement techniques. Dermatol. 193: 289-94; 1996.

Chen, V.L.; Fleichmajer, R.; Schwartz, E.; Palaia, M.; Timpl, R. Immunochemistry of elastotic material in sun-damaged skin. J. Invest. Dermatol. 87: 334-7; 1986.

Christiano, A.M. & Clitto, J. Molecular patholgy of the elastic fibers. J.Invest.Dermatol. 103:535-75; 1994.

Cotta-Pereira, G.; Rodrigo, F.G.; Bittencourt-Sampaio, S. Oxitalan, elaunin, and elastic fibers in the human skin. J. Invest. Derm. 66: 143-8; 1976.

Dalziel, K.L. Aspects of cutaneous ageing. Clin. Exp. Dermatol. 16: 315-23; 1991.

Danielsen, L. & Kobayasi, T. Degeneration of dermal elastic fibres in relation to age and light-exposure. Acta Dermatovener. 52: 1-10; 1972.

de Lignieres, B. Hormones ovariennes et vielessement cutané. Rev. Fr. Gynecol. Obstet. 86(6): 451-4; 1991.

Epstein, E.H. Alpha (III)3 human skin collagen release by pepsin digestion and preponderance in foetal life. J. Biol. Chem. 249: 3225-31; 1974.

Ernster, V.L.; Grady, D.; Mike,.R.; Black,.D.; Selby,.J.; Kerlikowske,.K. Facial wrinkling in men and women, by Smoking Status. Am. J. Public. Health. 85(1):78-82; 1995.

Faria, J.C.M.; Tuma Jr., P.; Costa M.P.; Quagliano, A.P.; Ferreira,.M.C. Envelhecimento da pele e colágeno. Rev. Hosp. Clín. Fac. Med. S. Paulo. 50(Supl.): 39-43; 1995.

Fisher, G.J.; Wang, Z.; Datta, S.V.; Varani, J.; Kang, S.; Voorhees, J.J. Pathophysiology of premature skin aging induced by ultraviolet light. N. Engl. J. Med. 337: 1419-28; 1997.

Fonseca, A.M. Repercussões do climatério sobre a pele. In: I Reunião do Grupo de Estudos Sobre o Climatério, eds. Laboratórios Wyeth, Ltda. São Paulo. 11; 1992.

Fonseca, A.M.; Bagnoli, V.R.; Halbe, H.W.; Pinotti, J.A. Menopausa. RBM. III(3): 3-8; 1992.

Fonseca, A.M.; Bagnoli, V.R.; Ramos, L.O. Anatomia no climatério: pele e cabelos. In: Pinotti, J.A.; Halbe, H.W., Hegg, R., eds. Menopausa. Editora Roca Ltda. São Paulo. 1ª edição:63-72; 1995.

Goldstein, S. Replicative senescence : the human fibroblast comes of age. Science. 249: 1129-33; 1990.

Haapasaari, K.M.; Raudaskoski, T.; Kallioinen, M.; Suvanto-Luukkonen, E.; Kauppila, A.; Läärä, E.; Risteli, J.; Oikarinen, A. Systemic therapy with estrogen or estrogen with progestin has no effect on skin collagen in postmenopausal women. Maturitas. 27:153-62; 1997.

Halbe, H.W.; Fonseca, A.M.; Assis, J.S.; Arie, M.H.A.; Elias, D.S.; Melo, N.R.; Bagnoli, V.R. Aspectos epidemiológicos e clínicos em 1319 pacientes climatéricas. Rev. Ginec. Obst. 1(3):182-93; 1990.

Hart, R.W. & Daniel, F.B. Genetic stability in-vitro and in vivo. Advances in Pathobiology. 7:123-41; 1980.

Kelly, R.I., Pearse, R.; Bull, R.H.; Leveque, J.L.; de Rigal, J.; Mortimer, P.S. The effects of aging on the cutaneous microvasculature. J. Am. Acad. Dermatol. 33:749-56; 1995.

Kligman, A.M.; Grove, G.L.; Balin, A.K. Aging of Human Skin. In: Finch, C.E.; Schneider, E.L. Handbook of the Biology of Aging. Van Nostrand Reinhold Company. Nova York. pp.:820; 1985.

LEVER,W.F.; SCHAUMBERG-LEVER,G Degenerative Diseases : Solar (actinic) Elastosis. In: Histopathology of the Skin. Lever,W.F.; Schaumberg-Lever,G(eds) J.B. - Lipincott Company - Philadelphia. pp. 298 - 300; 1990.

Lumpkin, C.K.JR.; McClung, J.K.; Pereira-Smith,OM; Smith-JR. Existence of high abundance antiproliferative MRNA's in senescent human diploid fibroblasts. Science. 232: 393-5; 1986.

McConkey, B.; Fraser, G.M.; Bligh, A.S.; Whitely, H. Transparent Skin and Osteoporosis. Lancet. I: 693-5; 1963.

Oguchi, M.; Kobayasi, T.; Asboe-Hansen,G. Secretion of type IV collagen by keratinoocytes of human adult. J. Invest. Dermatol. 85: 79-81; 1985.

Piérard-Franchimont, C.; Letawe, C.; Goffin,V.; Piérard, G.E. Skin water-holding capacity and transdermal estrogen therapy for menopause: a pilot study. Maturitas. 22: 151-4; 1995.

SÁ, M.F.S.; ALDRIGHI,J.M.; FONSECA,ªM.; MACHADO,L.V.; LUCA,L.; WEHBA,S.; YANETTA,O .Associação valerato de acetato de ciproterona na terapia de reposição hormonal -/estradiol experiência clínica brasileira - dados preliminares. Reprod. Climat. 11(1):34-7; 1996.

Sauerbronn, A.V.D.; Fonseca, A.M.; Bagnoli, V.R.; Halbe, H.W.; Pinotti, J.A. Pele : o órgão esquecido no climatério. Climatério - A última palavra. 3:7-15; 1997.

Savvas, M.; Laurent, G. Type III collagen content in the skin of postmenopausal women receiving estradiol and testosterone implants. Brit. J. Obstet. Gynaecol. 100: 154-6; 1993.

Shahrad, P. & Marks, R. A pharmacological effect of oestrone on human epidermis. Br. J. Dermat. 97: 383-6; 1977.

Shuster, S.; Black, M.M.; Bottoms, E. Skin Collagen and Thickness in Women with Hirsuties. Brit. Med. J. 4: 772-4; 1970.

Smith, J.B. & Fenske, N.A. Cutaneous manifestations and consequences of smoking. J. Am. Acad. Dermatol. 34(5 Pt1):717-32; 1996.

Stumpf, W.E.; Sur, M.; Joshi, S.E. Estrogen target cells in the skin. Experientia. 30: 196-8; 1976.

Takema, Y.; Yorimoto, Y.; Imokawa, G. Age-related changes in the elastic properties and thickness of human facial skin. Brit. J. Dermatol. 131: 641-8; 1994.

Valvilis, D.; Maloutas, S.; Nasioutziki, M.; Boni, E.; Bontis, J. Conjunctiva is an estrogen-sensitive epithelium. Acta Obstet. Gynecol. Scand. 74:799-802; 1995.

Varila, E.; Rantala, I.; Oikarinen, A.; Risteli, J.; Reunala, T.; Oksanen, H. The effect of topical estradiol on skin collagen of postmenopausal women. Brit. J. Obstet. Gynecol. 102:985-9; 1995.

Vásquez, F.; Palacios, S.; Alemañ, N.; Guerrero, F. Changes of the basement membrane and type IV collagen in human skin during aging. Maturitas. 25:209-15; 1996.

West, M.D. The cellular and molecular biology of skin aging. Arch. Dermatol. 130:87-95; 1994.

QUIMICA E APARENCIA 1











HISTÓRIA






Logo após a água, surgiu o sabão como produto para limpeza e higiene, seus compostos são basicamente substancias alcalinas e materiais graxos.

A primeira utilização que se tem idéia, ocorreu na região da antiga babilônia, usando-se cinzas e gordura animal(até hoje é usado em alguns lugares este sabão artesanal, e considerado ecológico por não afetar o meio ambiente). Apenas no século XIII começou a produção em escala industrial.

A maior revolução na historia do sabão ocorreu em 1792 quando começaram a usar a barrilha, que é feito a partir do NaCl (sal de cozinha).

E apenas em 1878 começaram a produzir o sabonete de higiene.

QUIMICA DO SABÃO



O sabão é produzido a partir da união de matérias graxos e substancias alcalinas.

Ácidos: Substancias que em solução aquosa originam o H+ como cátion.

HCl _________ H+ + Cl-

Bases: Substancias que em solução aquosa originam o OH- como ânion.

NaOH _________ Na+ + OH-

Sais: Substancias que originam um cátion diferente de H+ e um ânion diferente de OH-

NaCl ________ Na+ + Cl-

Observação : alguns sais podem reagir com a água formando soluções acidas ou básicas, e isso se chama hidrolise salina.


H+ C+ + HOH _________ COH + H+

OH- A- + HOH _________ HA + OH-

Acido_______________NEUTRO________________________Base

>7 7 <7

MATERIAIS GRAXOS

  • Óleos e gorduras de procedência animal ou vegetal

    Animal = Sebo, Banha e manteiga Vegetal = gordura do coco e manteiga de cacau

- Estrutura

O

R - C – O – CH2

O

R - C – O – CH

O

R - C – O – CH2


- Gorduras predominam radicais (R) saturados

- Óleos predominam radicais (R) Insaturados
MATERIAIS ALCALINOS

- BASES OU HIDROXIDOS. Ex: NaOH, KOH, Mg (OH)2, NH4OH

- SAIS. Ex: Na2 CO3, Na HCO3

SAPONIFICAÇÃO

- Processo que se utiliza para produzir o sabão.
Gordura ou óleo + NaOH _______ Sabão + glicerol

ESTRUTURA DO SABÃO E DETERGENTE

( apolar) CH3__CH2__CH2___C ____O+ (polar)


H2C__H2C__H2C___O-

+____________________________________-

PRODUTO IÔNICO DA ÁGUA.






A água origina íons de H+ e OH-






H2O _______ H+ + OH-






Concentração Iônica da água (Kw)

Kw = H+ . OH-

Kw = 10-7 .10-7

Kw= 10-14

POTENCIAL HIDROGENIONICO (pH)

Em 1909 foi utilizado um novo método para determinar a acidez ou a basicidade. O pH. O calculo é feito por pH = - log H+






ACIDO 0,1,2,3,4,5,6 NEUTRO(7) BASICO 8,9,10,11,12,13,14

ALCALINIDADE

Um método simples para se definir o pH é o indicador , os indicadores mudam de cor na presença de substancias acido e básico.Um dos mais comuns é o papel tornassol, que em meio acido fica rosa e em meio básico é azul

TENSÃO SUPERFICIAL






A atração entre moléculas de água, provocam uma compressão do liquido que parece nele existir uma película sobre a superfície. A isso denominamos Tensão superficial.






Os tenso ativos são substancias que diminuem a interação entre as moléculas.

QUIMICA E APARENCIA 2




Sabão e detergente
A água, mesmo sendo um agente de limpeza, nem sempre consegue tirar as sujeiras das nossas roupas, pele e louças. Principalmente quando estas estão com gordura ou oleosidade. Isso porque a água e o óleo não se misturam. Por isso do uso de sabões, sabonetes e detergentes, para unir as partículas de gordura às moléculas do sabão e assim serem removidas com a água.

Depois da lavagem, a água que contém sabão (sabonete ou detergente) e sujeira é escoada por meio de esgotos até lagos, rios e reservatórios. Na água, há microorganismo que decompõem os surfactantes de cadeias não ramificadas, chamados de biodegradáveis, ou seja, que não causam grandes alterações no ambiente. Porém, os primeiros detergentes produzidos eram de cadeias ramificadas, o que dificultava a decomposição pelos microorganismos da água e formava uma camada de espuma nos rios ou lagos. Na década de 60 é que as indústrias, por meio de leis, começaram a produzir detergentes com cadeias retas (não ramificadas).

Nos detergentes normalmente encontramos o trifosfato de pentasódio, o qual contribui para a dispersão da sujeira na água. Assim, esse composto origina os íons fosfato nos rios e lagos. Esse íon é um nutriente essencial para o crescimento das plantas, como algas. E com o uso intenso detergentes, a quantidade desse íon tem aumentado na águas, o que faz crescer o número de algas e outras plantas aquáticas. Além disso, o gás oxigênio dissolvido na água é utilizado por essas plantas, diminuindo a sua quantidade na água e provocando desequilíbrios na vida dos animais aquáticos.

A pele

A pele é responsável pela termorregulação, pela defesa, pela percepção e pela proteção. Ela apresenta 3 camadas: a epiderme – camada mais superficial –, a derme – camada intermediária – e a hipoderme – camada mais profunda composta pelo tecido conjuntivo que envolve as células gordurosas (adipócitos).

Na derme encontramos várias estruturas, dentre elas as glândulas sudoríparas, os pêlos e as glândulas sebáceas. As glândulas sudoríparas eliminam o suor e são classificadas em écrinas – composto de água, cloreto de sódio, uréia e sais de ferro e de potássio – e em apócrinas – as quais contém proteína, ácidos graxos, açúcares e amônio.

Os pêlos são constituídos por queratina e atuam na proteção e na redução do atrito e contribuem na sensibilidade da pele. Eles também podem estar associados às glândulas sebáceas, formando o conjunto chamado de aparelho pilossebáceo.

As glândulas sebáceas são as que originam a oleosidade da pele proveniente da secreção do sebo, tendo como ação a proteção contra micro-organismos e a perda excessiva de água. Um dos problemas relacionados à essa glândula é a ocorrência de acne que, devido ao aumento da produção de sebo e do número de células na parte interna do canal polissebáceo, acaba obstruindo o folículo polisebáceo. A acne está relacionada com a puberdade, quando ocorre um aumento na produção de hormônio sexuais e na quantidade de micro-organismos da face.

Outro problema comum com o aumento de produção de sebo é a dermatite seborréica. Ela ocorre em áreas ricas em glândulas sebáceas, como couro cabeludo, sobrancelhas e laterais do nariz, geralmente em lactentes e em adultos. A causa está associada à presença de fungos, ao uso de produtos químicos (detergentes, xampus, sabonetes) e à fatores emocionais (estresse, por exemplo).

A pele pode ser ainda dividida em 3 tipos. A pele normal que apresenta um aspecto saudável. A pele seca, a qual apresenta um aspecto ressecado com rachaduras, por consequência de alguma agressão externa, como agentes químicos, radiação solar, frio ou excesso de calor. E a pele oleosa, que tem um aspecto brilhante por conta da maior produção de sebo, frequentes na puberdade. Está associada à acne e à dermatite seborréica.

Mas para ter uma pele normal, saudável, é necessário limpá-la, hidratá-la e protegê-la bem, pois ela é recoberta por células mortas, suor, bactérias, que dão origem a substâncias de odor desagradável, como os ácidos graxos de baixa massa molar. Parte dessa camada oleosa é retirada com a ajuda de um sabonete durante o banho. Porém o seu uso excessivo pode retirar grande parte da camada de gordura, tornando a pele seca. Por isso é que são adicionadas glicerina e outras substâncias, para repor a parte da oleosidade da pele.

Outro problema com o uso excessivo do sabonete é a alteração do pH da pele, o qual é de 5,5. Ele pode elevar o pH da pele e favorecer a proliferação de bactérias na pele, já que seu pH é em torno de 10,5. Por este motivo o recomendado é usar sabonetes líquidos neutros (pH = 7) ou próximos oa pH da pele.

Os desodorantes e os antiperspirantes também ajudam na limpeza da pele. Os desodorantes agem no controle das bactérias que causam odor, mascarando o mau cheiro. Eles contém na maioria o triclosan, que inibe o crescimento das bactérias. Também podem apresentar outros componentes, por exemplo, o álcool etílico e essências. Os antiperspirantes inibem a transpiração e mantêm o corpo relativamente seco. O componente mais importante é o cloridrato de alumínio [Al2(OH)5Cl]. Essa substância torna o meio básico o que provoca a morte de bactérias que causam o odor desagradável de suor.

Para a proteção da pele contra agentes externos, como contra o envelhecimento precoce da pele, causados particularmente devido as radiações solares ultravioletas (UVA, UVB E UVC), há os protetores solares. Esses raios tem efeito acumulativo e além de envelhecimento precoce, também causam câncer de pele. Para evitar os efeitos nocivos deles, utilizam-se protetores solares com filtros mecânicos – utilizando o óxido de titânio (TiO2), absorve e reflete os raios ultravioletas – e filtros químicos – que absorvem os raios UVA e UVB, sendo atualmente usado os derivados do ácido cinâmico e da benzofenona. FPS, sigla que contém nos rótulos dos protetores, significa fator de proteção solar. Isso indica quanto tempo a mais uma pessoas pode ficar exposta ao sol, sem sofrer queimaduras, em relação ao tempo que poderia ficar sem usar o protetor solar. Eles variam entre 2 e 30.

Já a hidratação da pele fica por conta dos produtos umectantes, responsáveis pela retenção de água na pele, evitando sua perda excessiva. Muitos deles interagem com a água por pontes de hidrogênio, como a glicerina e o colágeno.

Podem ocorrer algumas alterações na pele, como queimaduras e tatuagens. As queimaduras são oriundas de agentes físicos tais como temperaturas elevadas ou abaixo de 0º C, de agentes químicos ou por ação de corrente elétrica excessiva. São 3 graus de queimaduras existentes. A de 1º grau é quando só é comprometida a epiderme. Isso geralmente ocorre quando ficamos expostos à luz do Sol, em que a pele fica vermelha e dolorida. Após alguns dias a pele descama e não fica cicatrizes.

A de 2º grau é quando compromete a epiderme e parte da derme. É o que acontece quando cai água ou óleo fervendo. Daí forma-se uma bolha e a pele demora de 10 a 35 dias para se regenerar. Não deixa cicatrizes.

A de 3º grau é quando compromete a epiderme, a derme e a hipoderme. Dependendo da extensão da queimadura, pode deixar cicatrizes. E se ocorrer nas regiões articulares, é capaz de causar limitação dos movimentos.

Já as tatuagens são feitas como uma forma de expressar personalidades, crenças, gostos e até para se diferenciar na sociedade. Elas podem ser temporárias e definitivas. Para fazer as tatuagens temporárias, utiliza-se a substância chamada hena, uma planta originária da Índia e de países do Oriente Médio. A hena natural é de coloração marrom ou ferrugem, e não é tóxica. Já a alteração para obtenção de outras cores é nociva, pois é adicionado carbono ou outra substância contendo chumbo e mercúrio.
















As tatuagens definitivas usam uma técnica que consiste em introduzir na derme, com a ajuda de agulhas, pigmentos coloridos, os quais ficam retidos nas células da derme de maneira permanente. O processo é doloroso e pode transmitir doenças, como hepatites B e C e AIDS, caso não se use agulhas descartáveis. Essas tatuagens só podem ser removidas por laser, mesmo assim ainda fica uma cicatriz.

A maquiagem definitiva também é um tipo de tatuagem. Nela, é usa-se sais de ferro. Deve ser utilizadas agulhas de dermopigmentação descartáveis, para não ocorrer contaminação e reações alérgicas.

O cabelo





O cabelo é considerado um pêlo presente no couro cabeludo, constituído por três partes: a medula – parte central do cabelo –, o córtex – parte intermediária, que age na elasticidade e na cor do cabelo – e a cutícula – parte externa do fio, que faz a sua proteção.

Existem 3 tipos de cabelos: normal, seco e oleoso. É considerado cabelo normal o que apresenta fios macios, firmes, com brilho e volume adequados.

Seco é o tipo de cabelo que tem um aspecto ressecado, estirado, quebradiço e sem brilho, decorrentes por disfunção das glândulas sebáceas ou por agentes externos (clareamento, loções alcalinas, etc.). No tratamento é utilizado compostos derivados de gorduras (lanolina), ácidos orgânicos (ácidos acéticos, lático e cítrico), vitaminas entre outros.

Cabelos Oleosos são os que apresentam secreção excessiva das glândulas sebáceas e sudoríparas.


Para a limpeza dos cabelos, foram desenvolvidos os xampus e os condicionadores. Os xampus removem o excesso de gordura do cabelo e a sujeira que fica no couro cabeludo, tendo também a função de tratá-los. Um dos componentes mais importantes dos xampus são os surfactantes, que eliminam a oleosidade. Existem dois tipos de surfactantes: os não iônicos (neutros) e os iônicos. Este último ainda se subdivide em três tipos: os aniônicos, os anfotéricos e os catiônicos. Geralmente, o surfactante mais usado nos xampus é o aniônico. Entre os mais comuns temos o lauril ou dodecilsulfato de sódio. Entretanto, como a espuma formada por esse surfactante se desfaz rapidamente, é adicionado a ele um tensoativo (surfactante) não-iônico, para uma maior obtenção de espuma, formada por pequenas bolhas.

Nos xampus ainda são encontrados espessantes – têm a ação de aumentar a viscosidade e facilitar a aplicação do xampu, como o cloreto de sódio (NaCl) e os alginatos –, sobreengordurantes – lanolina e dietanolamida, que repõem parte da gordura removida pelo tensoativo – e estabilizador de pH – mantendo o xampu entre 5,5 e 5,6 de pH, como é o caso do ácido cítrico.

Os xampus mais comercializados são para cabelos secos, normais e oleosos. Os xampus medicinais apresentam composições específicas para cada problema. Como por exemplo, nos xampus anticaspa encontramos própolis, ácido salicílico, salicilatos, sais de selênio, zinco, cobre e enxofre.

Os condicionadores também são usados para limpar os cabelos. Eles são usados para diminuir ou até eliminar a repulsão entre os fios, pois quando não enxaguamos adequadamente os cabelos para tirar o xampu, este fica aderido nos fios com cargas negativas, ocorrendo a repulsão dos mesmos. Normalmente, os condicionadores contêm surfactantes catiônicos de sais quaternários de amônio, que apresenta cargas positivas, neutralizando as cargas negativas depositadas nos cabelos.

Já a cor do cabelo fica por conta da combinação dos quatro tipos de melanina, proteína presente no córtex dos fios. A cor do cabelo também é associada à cor da pele, como por exemplo: pessoas de pele escura têm cabelos castanho-escuros ou pretos; e pessoas de pele clara têm cabelos castanho-claros, ruivos ou loiros. Com o decorrer da idade, há o aparecimento de fios brancos, por causa da diminuição de pigmentação na haste do cabelo.

Enquanto a melanina cuida da cor do cabelo, a queratina cuida do brilho dele, formando placas que se dispõem de maneira organizada e refletem a luz. Qualquer alteração, como variação de pH e exposição excessiva ao sol, diminui sua capacidade de reflexão da luz e provoca perda do brilho dos fios.

Para alterar a pigmentação do cabelo são utilizadas geralmente tinturas de origem vegetal e também de sais de metal, que podem ser tóxicos. Há várias razões para tingi-los: esconder fios brancos, mudar a cor original, compor um personagem (como é o caso de atores e atrizes), etc.

Existem tinturas temporárias, progressivas, semipermanentes e permanentes. As temporárias são feitas a partir de ácidos de alta massa molar. Usada geralmente para cobrir cabelos grisalhos ou mudar temporariamente a cor, pois não penetra na fibra dos fios, saindo com o uso de xampus.

Nas tinturas progressivas, utilizamos soluções aquosas de sais metálicos, como o acetato de chumbo, feito para escurecer cabelos grisalhos, pois o chumbo une-se com o enxofre disperso, formando o sulfeto de chumbo, que é pouco solúvel na água. Este tipo de tintura permanece por mais tempo do que as outras.

As tinturas semipermanentes são aplicadas junto com o peróxido de hidrogênio (H2O2). Elas penetram parcialmente nas fibras do cabelo, permanecendo por mais tempo do que as temporárias. A cor é formada com a oxidação do pigmento com o oxigênio do peróxido de hidrogênio, em meio alcalino.

E as tinturas permanentes também estão associadas com o peróxido de hidrogênio. Este tipo de tintura é formado a partir de moléculas pequenas e com grande facilidade de penetração no cabelo. Ao sofrer a oxidação com o peróxido de hidrogênio, ocorre a união dessas pequenas moléculas, originando grandes estruturas moleculares.

O clareamento também é uma forma de mudar a cor do cabelo, por meio da oxido-redução. Ele é feito a partir da dissolução do peróxido de hidrogênio em solução de amônia com pH maior do que 9. Assim, as cadeias de melanina são degradadas, dando origem a moléculas de baixa massa molecular, com coloração menos intensa. Além disso, há a quebra de proteínas do cabelo, tornando-o mais fraco e quebradiço.

Além da cor do cabelo, podemos alterar também o seu formato (liso, ondulado ou cacheado). Ele depende da combinação de diversas forças que atuam na queratina: pontes de dissulfeto e pontes de hidrogênio (as duas mais importantes). O permanente é uma forma de alteração do cabelo. Para isso, aplica-se uma loção de ácido tioglicólico no cabelo (agente redutor), que quebra as pontes de dissulfeto e separa as cadeias da queratina. Em seguida, enrolam-se os cabelos em bóbis, a fim de dar-lhes um formato enrolado, e aplica-se um agente oxidante, que regenera as pontes de dissulfeto nesse novo formato.

Os dentes

Os dentes são estruturas mineralizadas, esbranquiçadas e resistentes, presentes na mandíbula e nas maxilas. Anatomicamente, são formados por três partes: coroa (parte externa do dente, responsável pela mastigação e revestida pelo esmalte), colo (região de transição entre a coroa e a raiz) e raiz ( parte interna do dente, o qual suporta o impacto da mastigação).
















Estruturalmente, são formados por esmalte, dentina, polpa e cemento. A dor da cárie é originada pelas terminações nervosas que estão na polpa e na dentina. A dentina é responsável pela dor ao comer doces e alimentos frios/quentes; já a dor na polpa é mais forte, espontânea e pulsátil.

A limpeza dos dentes já era uma preocupação para os egípcios antigos, que usavam uma mistura abrasiva de pedra-pomes pulverizada – constituída por óxido de silício (SiO2) e óxido de alumínio (Al2O3) – e vinagre. Para aplicá-la, os nobres utilizavam uma escova feita de pêlo de cavalo e os pobres, pequenos ramos de árvores ou os próprios dedos.

Os chineses antigos faziam uma mistura de cinza de ossos de boi, casca de ovos em pó – feita de carbonato de cálcio (CaCO3) – e arroz triturado em pó.

Hoje em dia, utilizamos creme dental. A sua espuma é constituída por laurilsulfato de sódio, mas ela não é a única responsável pela limpeza dos dentes. Para que a limpeza seja eficiente, é preciso que haja um abrasivo no creme dental.

A cárie é originada pela dissolução da hidroxiapatita (ou desmineralização), o qual constitui o esmalte dos dentes. Esse sal é duro, praticamente insolúvel em água, mas pode ser atacado por ácidos. Com as proteínas existentes em nossa saliva, é formada uma camada imperceptível sobre os dentes, denominada de placa bacteriana ou biofilme, onde se acumulam diversas bactérias. Essas mesmas bactérias, ao metabolizar os açúcares que consumimos, produzem ácidos (como o ácido lático), os quais atacarão os dentes e dissolverão o esmalte, provocando a cárie.

Por isso é importante a participação dos abrasivos nos cremes dentais (CaCO3 e SiO2).

Já o tártaro forma-se da placa bacteriana não removida, e só pode ser removido pelo dentista.

Para proteger ainda mais os dentes da ação dos ácidos, em muitas cidades há sais de flúor presentes na água tratada, como por exemplo: o monoflúor fosfato de sódio – Na4(PO4)F – e o fluoreto de sódio – NaF. Eles são encontrados também em produtos odontológicos e em cremes dentais. O flúor transforma a hidroxiapatita em fluorapatita [Ca5(PO4)3F], que é menos solúvel em água e mais resistente ao ataque de ácidos. Assim fortalece o esmalte dos dentes. Normalmente, há 1500 ppm de flúor nos cremes dentais, ou seja, 1500 gramas de flúor em 1 000 000 gramas de creme dental.

Além desses tipos de cremes dentais, há ainda os com ação clareadora, que contêm água oxigenada, e os que diminuem a acidez da boca, contendo bicarbonato de sódio ou hidróxido de magnésio.

Mas o que importa mesmo é a escovação adequada dos dentes (ao acordar, após as refeições e antes de dormir) e o uso do fio dental.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

CURIOSIDADES – QUIMICA DO CABELO

QUÍMICA DO CABELO: ph DO XAMPU

Os xampus que andam mexendo com a cabeça da mulherada são os xampus com pH neutro. Essa onda garante beleza e proteção às madeixas, além de conservar melhor os modernos tratamentos, tudo porque esse xampu possui a propriedade de não agredir os cabelos, será verdade? Existe uma explicação científica para esse fato?

Antes de explicar como os xampus auxiliam nos tratamentos capilares, vejamos em que consiste a estrutura dos cabelos. Um fio de cabelo contém moléculas que se ligam de maneiras diferentes, a estrutura do cabelo muda conforme a ligação.

São basicamente três formas de ligações moleculares presentes nos cabelos: pontes salinas, ligações de hidrogênio e pontes de dissulfeto. O segredo dos xampus está justamente aqui: mudar as interações que formam o fio de cabelo.

Para exemplificar, vejamos como mudar o visual apenas molhando o cabelo. Você já observou que os cabelos molhados tendem a permanecer sem volume? As pessoas com cabelos rebeldes usam dessa propriedade para compor um visual mais agradável, mas o problema é que quando secos, os cabelos voltam à posição inicial.

A explicação científica para este fato é que quando os fios de cabelo são molhados as ligações de hidrogênio presentes se quebram, mas ao secarem estas ligações são novamente formadas. Foi baseada nesta teoria que surgiram os xampus com pH neutro.

Quando o cabelo é lavado com xampu ácido (pH ≈ 1,5), além das ligações de hidrogênio, são quebradas também as pontes salinas, o resultado é o cabelo rebelde e seco. E não adianta procurar um xampu com pH elevado (pH ≥ 8), estes são os piores, pois são responsáveis pelo aparecimento das famosas pontas duplas, em razão das quebras das pontes de dissulfeto presentes nas extremidades dos cabelos.

Então, qual é o xampu ideal para manter os cabelos fortes e saudáveis? O recomendável é usar xampus com pH entre 4,0 e 5,0 (pH moderado). Com base nestas informações é possível formular um xampu ideal para seus cabelos, além de aprender mais sobre pH ainda ganhará um visual novo.

ATUALIDADES – FILTROS SOLARES

FILTROS SOLARES


Natália B. Ripamonti, Fernanda C. Guidastre
UNIFEB, SP


O espectro solar que atinge a superfície terrestre é formado predominantemente por radiações ultravioletas (100-400 nm), visíveis (400-800 nm) e infravermelhas (acima de 800 nm), pois nesta região se encontra o máximo de intensidade da luz emitida pelo sol. Nosso organismo percebe a presença destas radiações do espectro solar de diferentes formas. A radiação infravermelha (IV) é percebida sob a forma de calor, a radiação visível (Vis) através das diferentes cores detectadas pelo sistema óptico e a radiação ultravioleta (UV) através de reações fotoquímicas. Tais reações podem estimular a produção de melanina, cuja manifestação é visível sob a forma de bronzeamento da pele, ou pode levar à produção de inflamações e até de graves queimaduras.

A faixa da radiação UV ( 100 a 400 nm) pode ser dividida em três partes:

  • UVA ( 320 a 400 nm):

Freqüentemente a radiação UVA não causa eritema. Quando comparada com a radiação UVB, sua capacidade em induzir eritema na pele humana é aproximadamente mil vezes menor, porém penetra mais profundamente na derme. Induz a pigmentação da pele promovendo o bronzeamento por meio do escurecimento da melanina. Histologicamente, causa danos ao sistema vascular periférico e induz o câncer de pele, dependendo do tipo de pele e do tempo, freqüência e intensidade de exposição.

UVB ( 280 a 320 nm): A luz UVB atinge a superfície terrestre em pequenas quantidades, porém suficientes para desencadear uma série de reações fotobiológicas. A exposição excessiva do ser humano à UVB é apontada como a principal causadora de problemas de saúde como queimaduras e cânceres de pele, envelhecimento precoce e cataratas. Por outro lado, pequenas doses diárias deste tipo de radiação são fundamentais para a síntese de vitamina D no organismo.

UVC ( 100 a 280 nm): A radiação UVC é portadora de elevadas energias, característica que a torna extremamente prejudicial aos seres vivos. Devido à absorção pelo oxigênio e pelo ozônio na estratosfera, nenhuma radiação UVC chega á superfície da Terra. Sua energia maior permite que ocorram outros fenômenos que alteram as moléculas dos tecidos vivos, provocando danos importantes.

Um protetor solar eficiente deve prevenir não apenas uma possível queimadura, mas também reduzir o acúmulo de todas as lesões induzidas pela radiação UV, que podem aumentar o risco de alterações que causem danos a saúde. Como os filtros solares absorvem apenas parte da região do ultravioleta (UVA ou UVB), para se ter uma proteção completa deve-se fazer uma combinação destes filtros. Por outro lado, a combinação de diferentes tipos de filtros pode causar alto grau de irritabilidade quando aplicada à pele.

Para disponibilizar um filtro solar ao consumidor é necessário que o mesmo esteja incorporado a um veículo. A esta associação filtro solar/veículo denomina-se "protetor solar" ou "fotoprotetor".

Algumas características são exigidas para que os protetores solares sejam comercializados. Além de química, fotoquímica e termicamente inertes os protetores devem apresentar características como: ser atóxico; não ser sensibilizante nem irritante; não ser absorvido pela pele nem alterar sua cor; não manchar a pele e vestimentas; ser incolor; ser compatível com a formulação e material de acondicionamento e ser estável no produto final.

A eficácia de um protetor solar é medida em função de seu Fator de Proteção Solar (FPS). Todo filtro solar tem um número que determina o seu FPS, que pode variar de 2 a 60 (até agora, nos produtos comercializados no Brasil).

Encontramos comumente, nas formulações cosméticas os chamados de filtros físicos e químicos, que atuam através de mecanismos de ação diferentes e asseguram fotoproteção eficaz.

Os filtros solares químicos também podem ser chamados de filtros solares orgânicos e são divididos em classes de acordo com suas propriedades químicas. Eles procuram oferecer ao consumidor proteção ao UVA e UVB. A maior incidência de raios solares são dos raios UVA, para os quais não existia inicialmente uma proteção adequada disponível no mercado. A exposição ao UVA pode produzir bronzeamento direto da pele, porém também pode causar danos ao tecido elástico, e à pele fotoenvelhecida que se apresenta com maior freqüência na pele clara, especialmente nas pessoas idosas e nos jovens.

Os filtros solares físicossão compostos com partículas de tamanho reduzido que permitem espalhar, refletir ou absorver a radiação solar nas faixas UV, visível e até mesmo IV, desde que em quantidades suficientes para produzir um filme eficaz sobre a pele, capaz de garantir proteção a diversos comprimentos de onda.

A exposição à luz solar intensa acelera o processo de envelhecimento cutâneo e, portanto, a fotoproteção constante pode prevenir o fotoenvelhecimento, garantindo à pele um aspecto jovial por mais tempo. Assim, os filtros solares são considerados os melhores cosméticos, que procuram manter a juventude. O reconhecimento de que a proteção ao sol pode diminuir e possivelmente, amenizar os efeitos do fotoenvelhecimento da pele tem levado à inclusão do filtro solar em diversas preparações cosméticas como cremes hidratantes fotoprotetores, maquiagens faciais e no tratamento dos cabelos, pois estas áreas do corpo são constantemente expostas e submetidas à radiação solar.